Reportagens


Timbó e sua História com Central de Caruaru

Se alguém ouvir falar de Gilvan dos Santos ninguém conhece, mas se disserem Timbó todo mundo que acompanha futebol e principalmente os centralinos sabem que foi um dos principais zagueiros que o central já teve. Em conversa com o VOZ e VERSO de CARUARU, Gilvan dos Santos ou melhor como todos nós conhecemos, TIMBÓ, ele  relata sua história esportiva e diz que sua fase áurea foi aqui no Central Sport Club.
Timbó começou sua carreira futebolística no CSA de Alagoas em 74 quando tinha 16 anos e ficou por lá até 79 e foi vendido ao Campinense da Paraíba jogando até 83, onde foi campeão por duas vezes 79 e 80. Depois foi apresentado ao Central em 82, teve uma passagem rápida pelo Espinho de Alagoas em 87 e voltou  e ficou até 90. Depois retornou ao CSA em 90 e foi para o Cruzeiro de Arapiraca onde conheceu o goleiro Dida ex-seleção brasileira e atualmente na Portuguesa de Desportos. Timbó também jogou no Ipanema-AL  e o Dínamo alagoano sendo campeão da 2ª divisão e campeão pelo Linense em 93 daí voltou a Caruaru agora para encerrar praticamente sua carreira no Atlético Clube do Porto.

Timbó participou daquela conquista memorial e fenomenal na história do clube patativa ainda hoje, que foi ser campeão do campeonato brasileiro da 2ª divisão do módulo amarelo. Esse atleta nos mostrou várias fotos de sua carreira e  hoje trabalha na Mandanne Magazine e reside em Caruaru, no bairro José Carlos de Oliveira.

“Agradeço a Givanildo Oliveira e Valdemar Carabina pelas oportunidades que me deram e em especial a Toni Almeida, no CSA, no começo de minha carreira em 76, por ter acreditado no meu potencial” 
                      Gilvan dos Santos o eterno Timbó do Central
Por Voz e Verso de Caruaru







       Noticias – Jornal Vanguarda de Caruaru
    Opinião


27/03/2010
Caruaru é o tema


José Daniel da Silva

Nossa cidade tem o privilégio de ser uma das mais cantadas do Brasil, talvez, até mesmo do mundo! Em diversos ritmos, sua história, sua gente, sua produção artística, vários dos seus elementos são cantados, ajudando Caruaru a ser uma cidade bastante conhecida em todo o país. Musa inspiradora, canções a seu respeito, formas interpretadas nas vozes de forrozeiros, cantores de frevo, de rock, de MPB, etc. A música, neste sentido, termina por se constituir de um lugar de discurso, de narrativa, de criação de um cenário identitário. São João, forró, feira livre, Vitalino, Alto do Moura, tudo isso é ouvido nas letras que falam da terrinha.

A primeira música nacionalmente conhecida tratando da cidade, segundo as pesquisas, foi "Caruaru", de Belmiro Barrela, gravada inicialmente por Cauby Peixoto:  "Foi num belo dia de verão / Que eu perdi meu coração / Foi numa cidade do Sertão / Que guardo na recordação / Caruaru, Caruaru / A princesinha do norte és tu." Evidentemente que Caruaru já era tema para artistas locais, já era mote para repentistas, mas, com esta canção, começou a abrir espaços.

Em 1957, veio o reconhecimento maior com "Feira de Caruaru" (Onildo Almeida) e "Caruaru - Capital do Agreste" (O. Almeida/Nelson Barbalho), ambas gravadas por Luiz Gonzaga. Dois anos antes, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro já haviam gravado músicas sobre festas em Caruaru. Na década seguinte, Ludugero foi um grande divulgador de Caruaru. Entretanto, a massificação de Caruaru como tema musical se deu nos anos 70 e 80, em grande medida ligada à vinda de diversos forrozeiros para a cidade e pela divulgação de suas obras nas rádios caruaruenses (Cultura, Difusora e Liberdade).

Todo mundo passou a cantar Caruaru: Azulão, Jacinto Silva, Jorge de Altinho, Petrúcio Amorim, Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, bandas de pífanos (dos Bianos, Biu do Pife, João do Pife), Elifas Jr., Lulica, etc. Lembram deles? Lembram de suas músicas? Qual outra cidade tem tanto dito e cantado sobre si? O forró passou a ser o rosto musical de Caruaru, ainda hoje sendo famoso o seu período junino e suas manifestações artístico-culturais.

Como um de seus maiores expoentes, a música caruaruense tem ultrapassando fronteiras, sejam nacionais ou internacionais. Contudo, Caruaru é cantada não apenas por quem vive nela, mas também por diversas pessoas de fora, uns, estrangeiros na cidade, outros, admiradores da mesma.

Atualmente, muitos artistas continuam cantando Caruaru, em boa medida os artistas da própria terra. Além dos cantores de rock e MPB, são vários os trios de forró falando do município. É importante, neste sentido, que se firmem espaços para divulgação dessas músicas, pois, além de continuarem mostrando a cidade para outras regiões, elas fazem parte de um conjunto maior, de uma obra que se criou e se identificou como a "cultura caruaruense", marcadamente o nosso propagado forró.

José Daniel da Silva 
é pesquisador e professor de História





                                       Jornal vanguarda – Notícias - Opinião
31/03/2012
Uma vaca no telhado

       Algumas vezes, nos filmes, vacas aparecem em cenas especiais para chamar nossa atenção. Morri de rir com uma sátira, cujo nome agora não recordo, em que dois atrapalhados espiões, disfarçados de vaca leiteira, preta e branca e com tetas rosadas enormes, invadem um curral e um bezerrinho, de verdade, faminto, ao ver aquela estranha criatura, pensando ser sua mãe, vem correndo, mugindo, querendo mamar. Hilário! No cine catástrofe, Twister, após uma tempestade, uma vaca voa por conta de um terrível tornado. Assustador! No último filme do diretor argentino Sebastian Borensztein, a deliciosa comédia "Um Conto Chinês", logo na primeira cena, uma vaca cai do céu, em cima de um barquinho, parado no meio de um lago, onde um casal apaixonado troca juras de amor. Inesperado! E por aí vai...

         Enquanto na ficção vacas surgem em situações inusitadas, fruto da imaginação de criativos diretores e roteiristas, no "País de Caruaru", há décadas, sem ser ficção, uma vaca subiu num telhado. Inacreditável! Na época, o inédito fato foi registrado e divulgado na imprensa pelo correspondente do Diário de Pernambuco na Capital do Agreste, o ilustre jornalista caruaruense Antônio Miranda. Ele documentou a ocorrência, publicando a matéria: "Vaca, em Caruaru, subiu no telhado de fábrica e dançou xaxado", na edição de 29 de janeiro de 1969. 

         Na reportagem, ele narra, com detalhes, o caso de uma vaca holandesa que no final da manhã do dia 26 subiu no telhado de uma fábrica de camas, situada próximo ao centro da cidade. Miranda relata, inclusive, que durante o "espetáculo", a "dançarina" percorreu quase 20 metros, quebrando mais de 200 telhas. Um fuzuê danado! O dono da fábrica chamou a polícia que, com muito sacrifício e mais telhas quebradas, depois de amarrar a ruminante, conseguiu retirá-la daquela altura. Engraçado foi a coitada ter sido levada "presa" e seu dono intimado a pagar o prejuízo causado pela sua inusitada "façanha". Após ser solta, ela voltou a pastar, livremente, pelas ruas da cidade. Essa notícia repercutiu por todo o Brasil e até no exterior, tendo sido comentada nos Estados Unidos e na Inglaterra.

           Para os que não conheciam essa história, incrédulos, devem estar perguntando: como a vaca subiu no telhado? Na Capital do Agreste, foi simples: o prédio da citada fábrica era vizinho a um terreno baldio onde todos jogavam lixo. Com o tempo, formou-se uma enorme montanha de detritos, encostada na parede da parte detrás da construção. A pobre vaquinha, com fome, foi pastando, pastando e escalando o monturo. Quando chegou ao topo, continuou procurando comida nas telhas. Devido à irregularidade do "terreno", tentando se equilibrar e sair daquele inóspito local, agoniada, ela se mexia para encontrar uma saída. Na frente da fábrica, do outro lado da rua, as pessoas que assistiam a cena, tinham a impressão de que a vaca dançava. Entre os espectadores, alguém deu um mote: "Vaca dançando em telhado, só mesmo em Caruaru". Outro, logo glosou: "Não sei se é samba ou xaxado, frevo ou maracatu, mas vaca dançando em telhado, só mesmo em Caruaru".

Relembro essa história em homenagem ao grande jornalista Antônio Miranda, que completará 89 "cajus no costado" no dia 1º abril.

Valéria Barbalho
(valeriageni@gmail.com)



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